Há na casa um espaço que é mais do que móvel, mais do que objeto. Ele guarda em si um poder simbólico que atravessa gerações: a mesa.
Silenciosa, ela acolhe todos os que se aproximam, sustentando o pão, o vinho, as mãos que se encontram, e até as lágrimas que caem.
A mesa como ventre coletivo
Desde tempos imemoriais, a humanidade se reúne em torno da mesa. Nela se celebraram colheitas, nascimentos, vitórias, mas também se choraram perdas e se tomaram decisões. A mesa é ventre coletivo: sobre ela repousa o alimento que nutre o corpo, mas também as memórias que alimentam a alma. Cada refeição é, em essência, um elo que liga quem prepara, quem serve e quem partilha.
A mesa como altar
A mesa é também altar cotidiano. No simples ato de partir o pão, há um gesto sagrado. No vinho compartilhado, uma lembrança de comunhão. Até mesmo a água, colocada no centro, traz a certeza de que a vida é sempre dádiva. Em diversas tradições espirituais, é em torno dela que os rituais se desenrolam. Porque a mesa não é apenas suporte, é símbolo do que sustenta a própria existência.
A mesa e a família
Mas talvez seja em família que o arquétipo da mesa se revele de forma mais profunda. Ela é lugar de encontro diário, onde gerações se encontram no mesmo círculo. É onde se aprendem valores, onde se ensinam histórias, onde se transmitem bênçãos.
Dar as mãos antes da refeição, orar em gratidão, olhar nos olhos de quem está ao lado: esses gestos tornam a mesa um espaço de reconciliação e amor.
Mesmo nos momentos de conflito, é ali que o silêncio pode ser quebrado e o perdão pode nascer. A mesa acolhe tanto as palavras quanto os gestos que unem.
A mesa como testemunha do tempo
A mesa conhece a alegria e conhece a dor. Sobre ela repousam risadas de aniversários, mas também despedidas. Ela testemunha o crescimento dos filhos, a passagem das estações, a transformação dos ciclos.
E mesmo quando alguém se senta sozinho, a mesa lembra que nunca se está só: nela habitam as memórias dos que vieram antes, e o pressentimento dos que virão.
O convite da mesa
Ver a mesa como arquétipo é compreender que ela nos convida à comunhão com a família, consigo mesmo e com o mistério da vida.
Ao redor dela, não se compartilham apenas alimentos, mas também sonhos, bênçãos, silêncios e esperanças.
Que cada mesa em sua casa seja reconhecida em sua grandeza.
Que seja o altar da família, lugar de oração e de encontro, símbolo vivo de união e de amor.
Pois toda vez que nos sentamos à mesa, não estamos apenas diante de pratos e talheres, mas diante de um portal: o convite diário para participar do banquete da vida.
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